quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Post de Fim de Ano


Um grande ano se passou; outro grande ano me aguarda.





Às vezes, um ano parece muito longo, outras vezes parece que passa tão rápido que nem nos damos conta. Hoje é o último dia de 2014, data propícia para olharmos para trás e fazer aquela retrospectiva pessoal do ano que se passou e analisar o que foi mais marcante em nossa vida, o que conquistamos, o que não concluímos, o que aprendemos, o que erramos e o que temos que melhorar.

Temos assim a necessidade de uma espécie de ritual de purificação, que pretende "limpar" as impurezas e trazer-nos o melhor da vida que esperamos para o ano seguinte, ou seja, transformar as preocupações e as tristezas numa enorme e contagiante alegria.

Para mim, o ano que se finda foi intenso, de muitas lutas, ansiedades e tristezas, mas também de união familiar e de estreitamento de novas e antigas amizades para a superação de vários obstáculos que encontrei pelo caminho. Foi, sem dúvida, mais um ano de crescimento pessoal e profissional e, principalmente, de aprendizagem.

Aprendi que a corrupção no Brasil é endêmica, que o “gigante” ainda não acordou e que o medo dos mais pobres, dos menos escolarizados e de quem ficou cego e surdo diante da realidade, prevaleceu sobre a incógnita de apostar na mudança.

Aprendi, também, que diante da realidade poucos pensamentos sobrevivem ao implacável cotidiano que, aos poucos, tem o poder de diluir o mais íntimo desejo de transformação.

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Ruy Barbosa)

domingo, 25 de maio de 2014

MAIS UM ANIVERSÁRIO!



Sim, amanhã é meu aniversário e será um dos grandes: Eu completo 57 anos de vida! Este é o único dia do ano que posso chamar de meu, e sempre me faz pensar e refletir sobre a minha vida, mesmo não querendo. Porém, minha vida tem estado tão ocupada ultimamente que eu quase não tive muito tempo para refletir a respeito.

Mas os acontecimentos recentes têm me feito pensar e perceber que a vida é bem mais do que trabalho e preocupações. Descobri que é preciso reservar um tempo nessa vida agitada para dedicar a mim mesmo, para relaxar, divertir-me e comemorar tudo o que for possível, principalmente meu aniversário.

Como sempre, aniversários vêm e vão todos os anos, mas o modo como os comemoramos depende inteiramente de nós - infelizmente não vou poder aceitar a sugestão dos meus colegas de trabalho, embora seja tentadora. Pensando nisso, este ano decidi que a melhor maneira de comemorar mais esse marco na minha vida seria passá-lo com a minha família e amigos. É bom ter a família e os amigos por perto nessas ocasiões, eles sempre nos fazem sentir especial.  

Normalmente não costumo anunciar ao mundo quando é meu aniversário, mas este ano resolvi fazer uma exceção e compartilhar a minha felicidade com todos aqueles que fazem parte da minha vida pessoal e profissional. É sem dúvida com todos vocês que vou dar as boas vidas aos meus 57 anos.


sábado, 22 de fevereiro de 2014

AS PESSOAS VÊM E VÃO... E A VIDA CONTINUA, SÓ QUE MAIS TRISTE.


Adeus, mestre Semedo!


Sempre soube que as pessoas vêm e vão e que a vida continua, mas que só algumas dessas pessoas passam por nossas vidas destinadas a ensinar lições que nunca teríamos a oportunidade de aprender se não fosse por elas, e que causam um grande impacto quando partem abruptamente sem deixar aviso.

Assim aconteceu com meu mestre e grande amigo José Carlos Semedo da Costa, que através da coluna de obituários de um jornal local fiquei sabendo que, recentemente, havia nos deixado para sempre, sem que pudéssemos nos despedir e dar nosso último adeus.

Para mim, além de ser um grande amigo, ele também foi um exemplo de profissional íntegro, ético e comprometido com o serviço público com quem tive o privilégio de trabalhar e de aprender muito. Muito do que sei profissionalmente devo, em parte, a ele que soube ser generoso ao transmitir o seu conhecimento técnico como só um mestre de formação acadêmica poderia.   

A saudade já me aperta o peito, e sei que muito tempo irá se passar até que eu consiga assimilar bem o acontecido e retomar a rotina do dia a dia, sem deixar de me emocionar toda vez que me deparar com um de seus inúmeros relatórios, impecavelmente escritos, nos processos existentes na repartição.

Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Clarice Lispector

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Resoluções de ano novo


Como o ano-novo se aproxima, é quase inevitável passar pelo dia 31 de dezembro sem refletir sobre o que passou e planejar o que será feito. Acho que agora é uma boa hora para eu considerar quais mudanças quero fazer na minha vida para o ano que inicia.
Depois de muito refletir, decidi fazer as minhas resoluções de ano novo, as quais eu espero que possam inspirar outras pessoas a fazerem as suas próprias listas.

Assim, a minha lista de resoluções para 2014 está limitada a apenas seis, assim fica mais fácil de lembrar e, principalmente, cumprir:

1. Levar uma vida mais saudável.
Pretendo diminuir meu percentual de gordura corporal em 17% até 31 de dezembro. Para isso, já agendei uma consulta com uma nutricionista visando escolher com mais critério o que e quanto comer diariamente. Tentarei me exercitar mais ou praticar algum tipo de esporte, talvez eu volte a praticar natação.  Ah, e consultar um dentista e um médico o mais rápido possível.

2. Ser uma pessoa mais tolerante.
Sei que não vai ser uma tarefa nada fácil admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo opostas às minhas, principalmente desculpar certas falhas ou erros. Isso vai exigir de mim muito autoconhecimento, disciplina, atenção e, principalmente, respeito. Reconhecer que ninguém é perfeito, nem mesmo eu, é o primeiro passo no processo de mudança.

3. Passar menos tempo no Facebook/Twitter.
Isso não significa que eu vá deixar de curtir as redes sociais, fazer amigos, divertir-me e aproveitar tudo de bom que esses meios possam me oferecer, mas acho que não devo fazer substituições e abrir mão da vida real pela virtual, transformando os vínculos em algo muito superficial. Passar mais tempo com amigos reais é mais saudável.

4. Ligar para os velhos amigos que estão distantes, pelo menos uma vez por mês.
O contato esporádico através das redes sociais não é a melhor maneira de se preservar uma amizade.

5. Organizar as finanças pessoais.

Só não sei como fazer esse “milagre”. Afinal, é difícil atravessar o mês sem entrar no cheque especial ou me autofinanciar através do cartão de crédito.

6. Continuar sonhando.

É claro que isso não é uma garantia de que a minha vida irá se tornar um sonho, mas ficará bem distante de ser um pesadelo real. A chance dos pesadelos virarem realidade pode ser bem maior, se eu me entregar…

Assim, encerro este último post de 2013 esperando que no próximo ano eu possa reservar mais tempo para o meu blog.

Feliz ano-novo a todos!

domingo, 1 de dezembro de 2013


Ateu Sim, Por Que Não?





Eu geralmente ouço as pessoas me dizerem: “Ah, você é ateu... então você não acredita em nada?” E eu, rapidamente, respondo: Não, eu acredito em muitas coisas, contanto que haja razão e provas para acreditar.

A maioria daqueles que me conhecem desde a infância, e sabem que venho de uma família cristã católica, ficam assustadas quando digo que sempre fui ateu - antes implícito e agora explícito. Talvez, porque eu não seja do tipo que saia por aí levantando bandeiras, que protesta e vai às ruas por uma causa (mesmo a tendo) ou que esteja engajado em alguma militância ateísta.

Eu também não sou um ateu antirreligioso, porque entendo que ser antirreligioso é ser contra os princípios da liberdade individual ao culto, à associação e à expressão. Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareça, e a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam. Acredito que os valores cristãos são bons e se fossem, efetivamente, praticados por todos os que se dizem cristãos, o mundo seria seguramente melhor.

Quando me perguntam como eu me tornei ateu, respondo que foi aos poucos, à medida que percebia que minha crença não era fruto de minha própria fé, mas de um condicionamento que começara na primeira infância. 

Descobri que meu Deus não era meu, mas uma herança cultural. O dia em que disse em voz alta “Sou ateu” pela primeira vez, senti-me livre como nunca antes. Minha vida passou a ser regida pela vontade de ser alguém melhor, não por elucubrações fantasiosas sobre o que há após a morte ou sobre regras divinas traduzidas por representantes dúbios.

Como é de conhecimento de todos, a Constituição Federal de 1988 dispõe em seu art. 5º, inciso VI, sobre a liberdade de crença e de religião como direito individual que deve ser respeitado. Assim, entendo que a liberdade de crença engloba a faculdade de não crer.

Para quem não sabe, o ateísmo não é um estilo de vida nem uma doutrina dotada de um corpo de conhecimentos ou princípios, mas somente uma classificação acerca do posicionamento ou estado intelectual do indivíduo em relação à ideia de deus. Em sentido amplo, ateísmo é a rejeição ou ausência de crença na existência de divindades e outros seres sobrenaturais. Portanto, o ateísmo não possui natureza análoga às religiões teístas.

Pessoalmente, entendo o ateísmo como uma opção de quem se assume responsável pelos seus atos e pela sua forma de viver, de quem dá valor à sua vida e à dos outros, de quem cultiva a razão e confia no método científico para construir modelos da realidade, e de quem não remete as questões do bem e do mal para seres hipotéticos nem para a esperança de uma existência após a morte.

Infelizmente, para muitas pessoas que só conseguem associar valores éticos e morais à lógica cristã, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas e incapazes de um gesto de compaixão.

Assim, quando me perguntam qual o parâmetro que utilizo para definir o certo e o errado, o justo e o injusto, costumo responder que utilizo um ramo da filosofia chamado filosofia moral, que tem por objeto de estudo e reflexão os princípios que orientam a ação humana do ponto de vista da moral.

Eu, como muitos ateus, sou a favor da liberdade, da democracia, do livre-pensamento e da ciência, e contra o obscurantismo, a mentira, o pensamento único e qualquer forma de violência ou de discriminação por questões de raça, religião, nacionalidade ou sexo.

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus,
 mas infelizmente não o encontro”.
José Saramago



segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Poeira Das Estrelas



A Teoria do Big Bang

De onde viemos? Para onde vamos? Como surgiu o Universo? Assim como eu, quem nunca, ao menos uma vez, já se perguntou sobre isso? Como não se perguntar como podemos viver na Via Láctea, ou no Sistema Solar, e não entender como eles se formaram? Entender a nossa origem é uma das grandes obsessões humanas e sempre despertou em mim uma enorme curiosidade. Curiosidade esta que me leva a questionar o meu lugar nesse Universo e, além disso, o lugar do próprio Universo.

Obviamente, estas não são questões simples, e ao longo da nossa breve história neste planeta muito tempo e esforço já foi gasto à procura de alguma pista.

Não sabemos exatamente como o Universo foi criado, mas existem várias teorias. Uma delas, conhecida com a teoria do Big Bang (em português, a Grande Explosão) e aceita em quase todos os meios científicos do mundo diz que, entre 15 e 20 bilhões de anos atrás, a partir de uma concentração de matéria e energia extremamente densa e quente, uma enorme explosão começou a expansão do Universo.

Essa teoria de formação do Universo foi proposta por Alexander Friedmann (matemático e cosmólogo russo) e Georges Lemaitre (padre católico, astrônomo e físico belga) nos anos 20, mas uma moderna versão foi desenvolvida nos anos 40 por George Antony Gamow (físico russo, naturalizado norte-americano) e os seus seguidores. Para o desenvolvimento da Teoria do Big Bang contribuíram dois ramos do conhecimento humano: a ciência do macrocosmo (o infinitamente grande) e a ciência do microcosmo (o infinitamente pequeno). A Cosmologia e a Astrofísica, por um lado, e a Física das partículas elementares ou Física subatômica, por outro.

Na verdade, apesar do nome, o “Bang” (explosão) não ocorreu, porque a expansão do Universo não fez barulho - não existe som no vácuo e, pior, essa explosão que foi sem nunca ter sido não aconteceu nem no vácuo, mas em lugar nenhum. Na “explosão”, só se formaram átomos de hidrogênio e hélio, e traços de lítio.

O nosso Sistema Solar surgiu há cerca de 4,5 bilhões de anos a partir de uma nebulosa protosolar (nuvem concentrada de matéria interestelar), que era uma nuvem de gás e poeira em rotação lenta onde através de condensação dessa nuvem surgiram os planetas, luas e outros corpos celestes que passaram a girar em torno do Sol. Como aqui na Terra nós encontramos todos os elementos mais pesados que o ferro, isto significa que a nebulosa que deu origem ao Sol (e à Terra) é proveniente da explosão de uma supernova.

Supernova é o nome dado aos corpos celestes surgidos após as explosões de estrelas com mais de 10 massas solares, que produzem objetos extremamente brilhantes, os quais declinam até se tornarem invisíveis passadas algumas semanas ou meses. Em apenas alguns dias o seu brilho pode intensificar-se em um bilhão de vezes a partir de seu estado original tornando a estrela tão brilhante quanto uma galáxia, mas com o passar do tempo sua temperatura e brilho diminuem até chegarem a um grau inferior aos primeiros. A explosão de uma supernova pode expulsar para o espaço até 9/10 da matéria de uma estrela e centenas de anos depois essa enorme massa de gás forma uma nebulosa esférica ou um anel, que acaba originando novas estrelas.

Segundo o cientista e astrônomo americano Carl Sagan, todos nós somos feitos do mesmo material que as estrelas, então quando estudamos Astronomia estamos de certa forma só investigando a nossa remota ancestralidade e nosso lugar no universo de matéria estelar. Nossos corpos são compostos dos mesmos elementos químicos encontrados nas nebulosas mais distantes, e as nossas atividades são guiadas pelas mesmas regras universais.

Com isso, ele resumiu o fato de que os átomos de carbono, nitrogênio e oxigênio em nossos corpos, assim como os átomos de todos os outros elementos pesados, foram criados em gerações anteriores de estrelas há mais de 4,5 bilhões de anos.

Como todos os seres humanos e os outros animais – assim como a maioria da matéria na Terra – contêm esses elementos, sim, nós somos literalmente feitos de matéria estelar. Todo o carbono que contém matéria orgânica foi produzido originalmente nas estrelas.

Embora o Big Bang seja a teoria mais bem aceita pela quase totalidade da comunidade científica atual, há ainda muitas questões a que não consegue dar resposta: Por que ocorreu o Big Bang? Havia algo antes do Big Bang? Qual o destino do Universo?

Se, de fato, existem algumas limitações à teoria do Big Bang, então é perfeitamente normal que tivessem surgido outras hipóteses que tentassem explicar a formação do Universo. Porém, as últimas descobertas cosmológicas parecem confirmar a teoria do Big Bang, que terá de ser aperfeiçoada e completada para dar respostas às questões que ainda não as têm.

Como afirmou Stephen Hawking, "uma boa teoria descreverá uma vasta série de fenômenos com base em uns poucos postulados simples e fará previsões claras que podem ser testadas. Se as previsões concordam com as observações, a teoria sobrevive àquele teste, embora nunca possa provar que esteja correta”.

Seguindo o mesmo pensamento de Carl Sagan, entendo que é muito melhor compreender o Universo como ele realmente é do que persistir no engano, por mais satisfatório e tranquilizador que possa parecer.

"Eu não quero acreditar, eu quero saber".
Carl Sagan


domingo, 21 de julho de 2013

ANSIEDADE...

Ainda Morro Disso!




De repente, sem nenhum motivo aparente, eu começo a sentir um sufocamento que parece que o peito vai explodir, seguido de um mal-estar, falta de ar, boca seca, suor correndo pelo rosto, dormência e cãibra no estômago. Quando isso acontece, eu já sei que estou tendo uma crise de ansiedade.

No começo, eu ficava preocupado e pensava que estava tendo um ataque cardíaco, devido à minha pressão alta e ao histórico dessa doença na família. Mas depois, com o tempo e muita informação, eu aprendi a distinguir os sintomas e passei a administrar melhor essas sensações.

Quando acontece uma crise de ansiedade, as pessoas ao seu redor nem sempre entendem como você se sente e acham um exagero de sua parte, ou que tudo não passa de uma reação normal ao estresse.  

A origem desse desconforto nem sempre é identificada ou reconhecida, o que pode piorar a angústia que você sente.

Hoje em dia, a definição mais aceita de ansiedade é de “um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”.

Na maioria das vezes, existe uma razão concreta para eu reagir à vida com ansiedade, principalmente quando fico estressado com algum acontecimento que foge ao meu controle, como uma doença em família, uma emergência, minha situação financeira, ou um problema que quero resolver o mais rápido possível.

Mas também existem situações de ansiedade em que eu não detecto nenhum motivo aparente que possa justificar esse estado emocional, nenhum acontecimento estressante.

Eu ainda não vivo em estado de alerta constante por causa de uma situação que possa vir a acontecer, mas em algumas situações eu costumo sofrer por antecipação.

Aprendi que devemos entender ansiedade como um fenômeno que ora nos beneficia, ora nos prejudica, e que dependendo das circunstâncias ou intensidade, torna-se patológico, isto é, prejudicial ao nosso funcionamento psíquico (mental) e somático (corporal).

Felizmente, a minha ansiedade está longe de se tornar patológica, nem se tornou um problema que possa me trazer grandes prejuízos, nem minou a minha estabilidade física e emocional.
"Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver". 
 Dalai Lama