terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Resoluções de ano novo


Como o ano-novo se aproxima, é quase inevitável passar pelo dia 31 de dezembro sem refletir sobre o que passou e planejar o que será feito. Acho que agora é uma boa hora para eu considerar quais mudanças quero fazer na minha vida para o ano que inicia.
Depois de muito refletir, decidi fazer as minhas resoluções de ano novo, as quais eu espero que possam inspirar outras pessoas a fazerem as suas próprias listas.

Assim, a minha lista de resoluções para 2014 está limitada a apenas seis, assim fica mais fácil de lembrar e, principalmente, cumprir:

1. Levar uma vida mais saudável.
Pretendo diminuir meu percentual de gordura corporal em 17% até 31 de dezembro. Para isso, já agendei uma consulta com uma nutricionista visando escolher com mais critério o que e quanto comer diariamente. Tentarei me exercitar mais ou praticar algum tipo de esporte, talvez eu volte a praticar natação.  Ah, e consultar um dentista e um médico o mais rápido possível.

2. Ser uma pessoa mais tolerante.
Sei que não vai ser uma tarefa nada fácil admitir, nos outros, maneiras de pensar, de agir e de sentir diferentes ou mesmo opostas às minhas, principalmente desculpar certas falhas ou erros. Isso vai exigir de mim muito autoconhecimento, disciplina, atenção e, principalmente, respeito. Reconhecer que ninguém é perfeito, nem mesmo eu, é o primeiro passo no processo de mudança.

3. Passar menos tempo no Facebook/Twitter.
Isso não significa que eu vá deixar de curtir as redes sociais, fazer amigos, divertir-me e aproveitar tudo de bom que esses meios possam me oferecer, mas acho que não devo fazer substituições e abrir mão da vida real pela virtual, transformando os vínculos em algo muito superficial. Passar mais tempo com amigos reais é mais saudável.

4. Ligar para os velhos amigos que estão distantes, pelo menos uma vez por mês.
O contato esporádico através das redes sociais não é a melhor maneira de se preservar uma amizade.

5. Organizar as finanças pessoais.

Só não sei como fazer esse “milagre”. Afinal, é difícil atravessar o mês sem entrar no cheque especial ou me autofinanciar através do cartão de crédito.

6. Continuar sonhando.

É claro que isso não é uma garantia de que a minha vida irá se tornar um sonho, mas ficará bem distante de ser um pesadelo real. A chance dos pesadelos virarem realidade pode ser bem maior, se eu me entregar…

Assim, encerro este último post de 2013 esperando que no próximo ano eu possa reservar mais tempo para o meu blog.

Feliz ano-novo a todos!

domingo, 1 de dezembro de 2013


Ateu Sim, Por Que Não?





Eu geralmente ouço as pessoas me dizerem: “Ah, você é ateu... então você não acredita em nada?” E eu, rapidamente, respondo: Não, eu acredito em muitas coisas, contanto que haja razão e provas para acreditar.

A maioria daqueles que me conhecem desde a infância, e sabem que venho de uma família cristã católica, ficam assustadas quando digo que sempre fui ateu - antes implícito e agora explícito. Talvez, porque eu não seja do tipo que saia por aí levantando bandeiras, que protesta e vai às ruas por uma causa (mesmo a tendo) ou que esteja engajado em alguma militância ateísta.

Eu também não sou um ateu antirreligioso, porque entendo que ser antirreligioso é ser contra os princípios da liberdade individual ao culto, à associação e à expressão. Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareça, e a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam. Acredito que os valores cristãos são bons e se fossem, efetivamente, praticados por todos os que se dizem cristãos, o mundo seria seguramente melhor.

Quando me perguntam como eu me tornei ateu, respondo que foi aos poucos, à medida que percebia que minha crença não era fruto de minha própria fé, mas de um condicionamento que começara na primeira infância. 

Descobri que meu Deus não era meu, mas uma herança cultural. O dia em que disse em voz alta “Sou ateu” pela primeira vez, senti-me livre como nunca antes. Minha vida passou a ser regida pela vontade de ser alguém melhor, não por elucubrações fantasiosas sobre o que há após a morte ou sobre regras divinas traduzidas por representantes dúbios.

Como é de conhecimento de todos, a Constituição Federal de 1988 dispõe em seu art. 5º, inciso VI, sobre a liberdade de crença e de religião como direito individual que deve ser respeitado. Assim, entendo que a liberdade de crença engloba a faculdade de não crer.

Para quem não sabe, o ateísmo não é um estilo de vida nem uma doutrina dotada de um corpo de conhecimentos ou princípios, mas somente uma classificação acerca do posicionamento ou estado intelectual do indivíduo em relação à ideia de deus. Em sentido amplo, ateísmo é a rejeição ou ausência de crença na existência de divindades e outros seres sobrenaturais. Portanto, o ateísmo não possui natureza análoga às religiões teístas.

Pessoalmente, entendo o ateísmo como uma opção de quem se assume responsável pelos seus atos e pela sua forma de viver, de quem dá valor à sua vida e à dos outros, de quem cultiva a razão e confia no método científico para construir modelos da realidade, e de quem não remete as questões do bem e do mal para seres hipotéticos nem para a esperança de uma existência após a morte.

Infelizmente, para muitas pessoas que só conseguem associar valores éticos e morais à lógica cristã, os ateus são desprezíveis, desprovidos de princípios morais, materialistas e incapazes de um gesto de compaixão.

Assim, quando me perguntam qual o parâmetro que utilizo para definir o certo e o errado, o justo e o injusto, costumo responder que utilizo um ramo da filosofia chamado filosofia moral, que tem por objeto de estudo e reflexão os princípios que orientam a ação humana do ponto de vista da moral.

Eu, como muitos ateus, sou a favor da liberdade, da democracia, do livre-pensamento e da ciência, e contra o obscurantismo, a mentira, o pensamento único e qualquer forma de violência ou de discriminação por questões de raça, religião, nacionalidade ou sexo.

“Não sou um ateu total, todos os dias tento encontrar um sinal de Deus,
 mas infelizmente não o encontro”.
José Saramago